Projeto “Sextas Sem Conta” debate a genialidade de Torquato Neto e a Tropicália

A poesia da Tropicália e a memória de um dos maiores gênios da cultura piauiense, o poeta e compositor Torquato Neto, foi o mote escolhido para a primeira “Sextas Sem Conta”, projeto lançado pelo Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE/PI) nesta sexta-feira (23), através da Escola de Gestão e Controle Conselheiro Alcides Nunes. O objetivo é promover a interação entre servidores dos mais diversos setores do Tribunal e a comunidade piauiense através da arte, da poesia, da cultura e de discussões sobre assuntos variados e relevantes socialmente. Muitos servidores abraçaram a ideia e foram fantasiados a caráter para o tema do dia: “Torquato Neto a Tropicália”.

O diretor da Escola de Gestão e Controle Conselheiro Alcides Nunes, conselheiro substituto Jaylson Campelo, explicou que o projeto pretende valorizar talentos do tribunal e de outras instituições, com a realização de apresentações e debates interdisciplinares envolvendo as áreas de cultura, educação, ciências e política. “A ideia é que uma vez por mês, sempre na última sexta-feira, a gente se reúna nesses encontros que certamente serão enriquecedores para todos nós’, pontuou.

No evento de abertura do “Sextas Sem Contas”, o professor doutor em história e técnico do TCE, Bernardo Sá, coordenador do projeto, explicou a origem do evento. “O conselheiro Jaylson, após assumir a direção da EGC, nos chamou e apresentou a proposta desse projeto, no sentido de levar as pessoas a interagir mais através do entretenimento, trazendo artistas de fora e, prioritariamente, revelando talentos e colocando os servidores como protagonistas dessas atividades”, lembrou.

Bernardo Sá também ministrou a palestra “Fundação de Teresina e a transferência da capital”. Ele explicou os motivos políticos e econômicos que levaram Teresina a ser escolhida como a nova capital do Piauí – e a única capital do Nordeste que é não litorânea. O professor lamentou ainda o fato de Teresina não valorizar a sua história, mudando de forma constante os nomes de ruas e praças, além de não preservar os prédios históricos. “Essa falta de valorização do nosso passado prejudica a nossa autoestima, a nossa identidade”, pontuou.

 

Coube ao professor doutor Edwar de Alencar Castelo Branco, historiador estudioso da vida de Torquato Neto, ministrar a palestra “Torquato Neto e a Tropicália”.  Ele falou da genialidade e da sensibilidade do piauiense que morreu jovem, aos 28 anos, mas que deixou uma obra inspiradora, com destaque nacional e internacional, e relatou detalhes sobre a trajetória artística de Torquato Neto, e sua importância para a cultura brasileira.

O professor se emocionou ao ler o poema “A Explicação do Fato”, escrito por Torquato Neto aos 16 anos de idade. “Você lê e não acredita que um jovem de 16 anos escreveu um texto desse nível. Mas foi e isso dá uma amostra da capacidade genial do Torquato”, frisou, destacando a importância de valorizar a nossa cultura e nosso povo. “Nós somos um povo muito pouco cuidadoso com a memória e este descuidado é muito ruim na formação do próprio povo. Por isso, falar sobre Torquato Neto, que é uma das matrizes culturais do Piauí, é importantíssimo”, afirmou.

O evento contou ainda com revezamento da declamação de poemas de Torquato Neto, recitados por servidores do Tribunal, além da apresentação musical do coral Contas e Cantos, formado por servidores do TCE/PI, sob a regência do maestro Aurélio Melo, que selecionou canções com letras de Torquato Neto.